sexta-feira, 11 de setembro de 2009

As minhas canetas

As minhas canetas escrevem
Rabiscam, desenham as palavras
Que fazem os sonhos andar
Sem nunca sair do lugar,
Querendo talvez alcançar
Esse mundo feito de magia.
As minhas canetas tocam
Aqueles desenhos à vida
Misturando-os na luz do dia
Mexendo-os na luta e na lida
Fazendo-os imagens reais
Nestas estradas de papel branco
Onde choro e também canto
Me escondo e me desnudo
No encanto deste manto.
As minhas canetas choram
As mágoas do meu amor
Nos dias perdidos no vento
Vivendo o teu desamor
Alimentando o meu desalento.
luiscoelho

1 comentário:

  1. Está publicado no meu blog, mas vem agora a propósito:


    Ao Luís Silveira
    que me ensinou como os meninos
    sublimam a figura do pai quando
    desenham o Sol nos seus cadrnos.



    OS DESENHOS

    Os meus desenhos?
    Que importância têm os meus desenhos?
    Eram só riscos e rabiscos,
    coisas de menino a aprender a ver o mundo:
    um pássaro voando alto, como uma onda descuidada,
    subindo mais que a sua condição;
    um sol sorrindo a um canto da folha de papel;
    uma casa e uma árvore,
    ao centro de um jardim com flores vermelhas,
    semelhantes a papoilas e pouco mais.
    Melhor assim: não voei,
    não tenho um sol só para mim,
    nem uma casa e uma árvore e flores vermelhas,
    semelhantes a papoilas,
    mas tenho os meus desenhos
    de papel e de memória.

    Abraço
    João

    ResponderEliminar

Cada comentário é uma presença de amizade