Estávamos no mês de Maio. A temperatura era suave, própria dos dias de Primavera.
A gata, malhadinha, tinha parido, algures no palheiro e ninguém conseguia chegar aos gatos, sempre atentamente guardados e protegidos pela gata mãe.
Os dias foram passando, e numa tarde da passada semana, quando ninguém esperava, a malhadinha, veio colocá-los num canto, junto da máquina de lavar roupa e, descansada, deitou-se a dormir uma soneca.
Eram duas gatinhas brancas e uma amarela e branca. Todas de olhos azuis, e com ares de poucos amigos.
Sempre que viam alguém aproximar-se, fugiam e não havia nada a fazer. Ficavam quietas, em silêncio num canto onde ninguém as pudesse importunar.
Bastava um miar da mãe, para saírem do seu canto e, todas à uma, agarravam-se às tetas da gata que não largavam até estarem satisfeitas.
Foram dias de adaptação ao nosso quotidiano na família. Mais uns quantos para alimentar.
Por outro lado a graciosidade dos bichanos não nos deixa de modo algum indiferentes. As suas corridas e as suas tropelias, são autenticas acrobacias de marionetas, que nos despertam a curiosidade e nos arrancam largas gargalhadas.
Apareceram pretendentes para ficarem com os animais.
Como já temos seis, não há necessidade de ficar com mais estes agora.
No fim de semana fui mudar o carro e a gata seguiu-me.
Saí do carro, e fui à minha vida.
Mais tarde tive necessidade de voltar a sair e então reparei que a gata tinha ficado presa no portão automático.
Os gatos passam por cima do portão e das paredes e pouco se importam que esteja aberto ou fechado, mas desta vez escolheu passar quando o portão se fechava sozinho e fê-lo na pior altura.
A célula do automático que trava o portão, está a uma altura superior ao tamanho de um gato. Daí a gata ter ficado presa e sem hipótese de alertar ninguém. Ficou com as goelas apertadas.
Nem sabia o que fazer pois gostava muito desta gata pelas suas cores branca,amarela e preta, mas também pela sua amizade a todos nós.
Facilmente se deixava agarrar e até os mais pequeninos gostavam de lhe fazer festas ao que ela sempre correspondia com toda a simpatia.
E agora o que vai ser destes gatinhos...? Sem mãe e ainda tão pequeninos...!
Comecei por lhes dar água e migas de pão com leite.
Se comerem salvam-se, mas se não comerem será pior para eles.
No fim do primeiro dia verifiquei que tinham comido tudo, mas ainda assim fiquei na dúvida se teriam sido eles ou o guloso do tobias. Um gatão que está sempre de olho nas melhores coisas que aparecem.
Procurei um sítio onde o tobias não pudesse entrar e então era vê-los felizes a comerem.
Um dia, ao almoço, sobrou carne de frango. Tirei-lhe os ossos e fui levar-lhe a carne.
Começaram a comer com sofreguidão e fazendo aquele barulho típico dos gatos com medo que alguém lhes tire o seu pedaço de carne.
Para os poder domesticar agarrei-os e coloquei-os numa jaula com água e farinha e todos os dias brinco um pouquinho com eles para os tornar sociáveis.
Parece-me que já estão livres de perigo. Já se habituram à ausência da mãe
Talvez os venham buscar na próxima semana. Espero que os tratem com carinho.
Esta semana irei ainda tentar dar-lhe um banho com água morna e champô insecticida, para eles ficarem com um ar mais bonito. A mãe lambia-os e eles ficavam mais brilhantes.
Pode ser numa tarde de Sol bonito que eles tenham o seu primeiro banho e eu fique com as mãos ainda mais arranhadas e mordidas. São coisas que deverão ser feitas por uma questão de higiene.
Não salvei a mãe, mas salvei os filhos.
Cria-se uma empatia entre os gatos e eu. Só fico satisfeito quando eles se dão pelo nome e se tornam meus amigos.
Geralmente isto acontece em poucos dias. Os animais aprendem a conhecer-nos e a gostar que os mimem com pequenas festas no dorso ou na parte do pescoço.
Os gatos afeiçoam-se às pessoas que os tratam e são reservados com as restantes, afastando-se por precaução ou timidez.
Cria-se uma empatia entre os gatos e eu. Só fico satisfeito quando eles se dão pelo nome e se tornam meus amigos.
Geralmente isto acontece em poucos dias. Os animais aprendem a conhecer-nos e a gostar que os mimem com pequenas festas no dorso ou na parte do pescoço.
Os gatos afeiçoam-se às pessoas que os tratam e são reservados com as restantes, afastando-se por precaução ou timidez.
luíscoelho
Hístória triste, a dos gatinhos orfãos, com um final feliz, graças a sensibilidade e solidariedade do meu amigo. Pois esses bichinhos são muitas vezes abandonados [ou pior ainda lhes acontece] por pessoas sem escrúpulos.
ResponderEliminarAprecio a maneira simples e genuina dos teus textos.
Um bom Domingo.
Sabe Luis, não sou muito fã de gatos não...prefiro os cães. Mas sua história me comoveu.
ResponderEliminarBeijuuss n.c.
Rê
www.toforatodentro.blogspot.com
Os animais reconhece em nós o sentimento, já comigo as afinidades maiores são mesmo os pássaros. boa semana amigo fim e inicio da proxima, abraços.
ResponderEliminarLuís
ResponderEliminarApesar de a "Malhadinha" ter um final muito triste, os filhotes salvaram-se devido à sua sensibilidade. É pena que nem todas as pessoas sejam assim, pois os animais quando nos adoptam, são amigos fiéis.
Boa sorte para os pequenotes.
Beijinhos
Lourdes
Olá Regina
ResponderEliminarEu tenho cães e gatos e gosto de ambos.São diferentes as afeições.
Enquanto os gatos gostam de trepar e lamber-me as orelhas o pastor alemão deitava-me ao chão.
Depois os gatos não dão tanto trabalho. Se tiver de sair por uma semana
eles andam na rua e basta deixar-lhes água e alguma ração.
Esta semana recebi mais um caniche com três meses. É uma doçura.
Quase não se vêem os olhos com o pêlo, mas é muito divertido e se puder segue-nos para todo o lado.
Bom dia Jorge
ResponderEliminarExistem pessoas sem sentimentos nem escrúpulos de género algum, capazes de matar e violar as crianças.
Então para os animais nem se fala.
Hoje criaram-se valores de consumismo e egoísmo que primeiro ..eu...e depois eu...
A nossa sociedade caminha para o auto-suicídio.
Se na família não voltar a ser mais respeitada e com valores humanos e morais onde reine o respeito, a partilha e o amor, estamos perdidos.
Um abraço para ti e grato pelas tuas palavras.
Bonita mas triste história, com um final feliz.
ResponderEliminarAfinal os animais são como nós...cada um com a sua história...umas melhores outras menos boas...há que continuar a tratar das feridas, das perdas e esperar sempre melhores dias de "Sol radioso" em nossas vidas.
Um Santo Domingo
Abraço
Mer
Tristeza até aos gatinhos nessa vida amigo,,,,abraços de otima semana.
ResponderEliminarUm pouco triste, mas, gostosa de ler esta história. É bonito ver a sua dedicacao com os animais. Para mim nao importa, caes, gatos, ou outros, importa que recebam carinho e dedicacao dos seus donos.
ResponderEliminarObrigado pela sua amizade.
Abracos com muito carinho, e votos de uma semana cheia de paz e saúde.
Luis,
ResponderEliminarFiquei triste pelo que aconteceu à malhadinha, mas feliz por ter salvo os filhotes.
Tem um coração de ouro...sinto-o pela maneira como falou destes seus amigos....senti o amor que tem pelos animais.
São uma companhia dócil e amiga depois de se habituarem a nós. Tenho dois, sei bem como é viver com animais e a falta que nos fazem...só que os tem pode avaliar.
Gostei muito desta seu post, dessa malhadinha que lhe deixou os filhotes para acabar de criar...oxalá os novos donos tenham tanta paciência e amor para lhes dar.
um abraço
Fiquei com dó da gata que morreu, que destino infeliz prender-se num portão...Acho que devia ficar com os gatinhos.
ResponderEliminarUm abraço, ótima semana
Querido amigo luis, vim convida-lo a visitar meu blog, tenho uma surpreza pra ti, e tb gostaria que conhecesse meu Hanukká, meu novo blog, deixo um abraço em seu corção e desejo de um linda semana na paz do Senhor Jesus.
ResponderEliminar“Há lágrimas que correm pela face
ResponderEliminare outras que rolam pelo coração”.
(Guilherme de Almeida)
Te desejo uma semana de amor & paz!
Beijos.........M@ria
Um fraterno abraço de otima semana pra ti amigo....
ResponderEliminarBoa tarde, Luís
ResponderEliminarComo vão as coisas aí pela Ortigosa?
Para lá desse caso dos gatos, uma preciosidade literária, diga-se.
Não precisamos de escolher temas muito rebuscados e palavras de se ter que consultar o dicionário.
Gostei imenso da forma como desenvolveste o tema. Que, aliás, também me é familiar.
Cá em casa temos, agora, só o «rapazito», mas já por aqui arribaram às ninhadas. A minha mulher pode estar super-cansada, mas para os gatos, o cão e o jardim tem que arranjar sempre mais uma reserva de energia.
Ainda ando às voltas com os números para as Declarações Fiscais. Mas já estou mais livre, por uns tempos.
E se este Sol vem para ficar? Parece que sim, que as temperaturas vão voltar a subir.
A poupa anda por aí!...
Amigo tem um selinho para você no meu blog.
ResponderEliminarBeijos e uma semana iluminada!
Luís
ResponderEliminarpoderia dizer "também tenho uma gatinha..."
mas o mais correcto será "há uma gatinha, preta e branca, que me tem a mim..."
porque foi ela quem me adoptou e foi entrando sorrateira, delicada... e acabou por ficar e está aqui ao meu lado a dormir.
os gatos são animais sensíveis, falsamente independentes e sabem sempre o que nos vai na alma
é só dar um suspiro durante a noite e aí estão eles a saltar para ver o que temos!
que os seus pequenos gatos sejam felizes com os seus novos donos!
um abraço
Manuela
Amigo, aqui são duas bichanas.
ResponderEliminarKeith e Fuzaka, são nossas alegrias e nossos mimos.
Amamos as duas belezuras, e quanto ao banho, não hisitam em querer escapar, mas quando estão debaixo da água quente, querem mais é ficar.
Um abraço, até breve.
Encontrei num blog (azulsakura) este poema muito curioso:
ResponderEliminarQuem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer?
Sempre que pode
foge prá rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.
Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.
Quando abro a porta corre pra mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semi-cerrados, em êxtase,
ronronando.
Repito a festa,
vagarosamente.
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos,
abre as narinas.
e rosna.
Rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece.
Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?
***
E tu não te deixas ver.. Que é feito de ti, homem?
Abraço
João
Olá, Luis
ResponderEliminarGostei muito do teu relato. Claro que lamento a morte, principalmente dessa forma horrível, da malhadinha.
Mas salvste os filhotes... o que foi muito bom.
Eu não tenho gatos, tenho um cachorro, caniche, mas na minha casa de solteira sempre houve gatos, vários. Na minha família mais próxima - filha, irmãs, sobrinhas... há uns 13 ou 14 gatos e + 1 cadelita.
Fora os gatos que comem no quintal, mas não vão para dentro de casa.
Por tudo isto entendo o teu amor pelos gatos, no que tens todo o meu apoio.
Uma linda semana. Beijinhos
...a mãe se foi mas ficou você
ResponderEliminare este teu coração lindo!
tomara estes bichanos lhes
tragam muitas felicidades em meio
as estrepolias.
bj, menino!
Uma história ternurenta...que mostra bem o tamanho do teu coração...
ResponderEliminarTenho um que nos é muito dedicado...tirei-o de uma lixeira...quando passei junto de um contentor ouvi os seus lamentos...era uma coisinha minúscula...trouxe-o no bolso e alimentámo-lo com um pequenino biberon...a cadela,adoptou-o e á noite quando ele chorava ,ela lambia-o!
Passaram dois anos e...continuam a ser...a mãe e o filho.
Graça
Tenho três gatas, cada uma delas é especial, e nenhuma substitui a outra, mas não dez banho as gatinhas muito menos com esse tipo de champô até aos três meses nem vacinas podem tomar , se tiveres de fazer algo escova-lhes o pelo.como dizes que eles tenham sorte pois era agora que a mãe lhes ia ensinar a lamber a caçar a prepara-los para serem gatitos.
ResponderEliminarbeijinhos
beijinhos
O que importa é que a dor foi minimizada.
ResponderEliminarRecentemente despareceu-me um gatinho e apesar dos apelos nunca mais foi encontrado.
um abraço
tulipa
A minha Nica morreu atropelada...deixou saudades....
ResponderEliminarDepois a vida reajusta-e...e segue em frente.
Um abraço