segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Doi-me a alma

Dói-me a alma de frio
E as mãos de tanta ilusão
Caminho num tempo vazio
Andando sem direcção
Sumidos os olhos espreitam
A hora de se recolherem
Mas lentos ainda procuram
A hora de se entenderem
Despi-me dos pensamentos
E do tempo perdido em vão
Esqueci todos os lamentos
Que guardava no coração
Abri uma janela a nascente
Cantando o sol  da vida
E olhando para o poente
Saboreei esta luta renhida
Luíscoelho



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

2010-Outubro-31-ventoso

O vento que é lento
Levantou-se no tempo,
E soprou sem consentimento
Logo mais se enfureceu 
Passou, saltou e correu
E assobiando me deu
Um empurrão para cá
Depois outro para lá
Assim como quem não dá
Andou dois dias perdido
Nestas danças convencido
De soprar num só sentido
Acabei rodopiando 
 do vento me fartando
Vendo o mundo se dobrando
Senhor vento tenha cuidado
Não me quero despenteado
Nem assim tão maltratado
Veja a grande confusão
Parece uma revolução
Se ter alma nem razão
Ouça agora o meu pedido
Vá descansar num abrigo
Lá longe bem escondido. 
Luíscoelho