domingo, 29 de novembro de 2015

Sementes

(foto google)

Em mim te semeias desilusão,
Te escreves e já te convertes
Em partes da minha solidão.

Em mim te semeias de dor,
Tormentos que rasgam a alma,
Sementes esquecidas de amor.

Em mim te semeias de ventos,
Tempestades, fúrias presentes,
Onde sobram estes pensamentos.

Em mim te semeias de chuvas,
Rios que nos lavram sem horas
E as margens se tornam curvas.

Em mim te semeias de nadas,
Estrelas no céu apagadas,
Oceanos que morrem sem vagas.

Mas eu renasço acordado
Nas sombras esquecidas de amor
Traços que foram lavrados 
Nos dias de mais calor,
Momentos em mim conservados.

Novembro/2015
luíscoelho 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Bom dia amor


as minhas rosas

Meu amor 
Vem vestir-me a nudez do teu amor,
Aquele espaço que era nosso e tu sabias,
Vem vestir-me com o sopro do teu calor, 
Pois este tempo já me transforma em pedra fria,
Já se desfazem todos os sonhos que eu trazia. 

Meu amor
Vem vestir-me a nudez do teu amor
Aquele brilho que sempre oferecias, 
Vem vestir-me de esperança e outras cores
Roupas bordadas de carinho e alegria
Reforçadas de presença e simpatia.

Meu amor
Vem vestir-me a nudez do teu amor
Esse espaço onde te dás e te renovas.
Vamos viver-nos de mais vida e mais fulgor 
E façamos a caminhada destes dias com o calor
Daquele tempo em que as roupas eram sobras. 
Novembro/2015

Luíscoelho

sábado, 14 de novembro de 2015

Hoje, só hoje

Resultado de imagem para correntes
Foto google

Hoje, só hoje, senti a tua indiferença.
Quando me queres como um ornamento
Quando te agrada ou ainda te aquece.
Hoje percebi que o meu lugar já não é aqui
Nem adianta alimentar este pensamento
Porque tanto amor vivido já me arrefece.

Hoje, só hoje, percebi a tua vaidade
Quando me trocas ou te escondes de mim
Ou quando te apressas porque te convém.
Hoje  percebi que o meu lugar já não é aqui,
E não tenho razões para sofrer mais assim.
Esse amor, se não for a dois, nada tem.

Hoje, só hoje, acordei triste e magoado
E neste frio senti-me gelado. 
Não quero que sofras para estares ao meu lado,
Nem eu quero ficar a ti acorrentado.

Novembro/2015
Luíscoelho

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Cartão Barclaycard Flex - Barclaycard.pt‎

( foto google)

No dia dois de Novembro, depois do almoço, estavamos ainda sentados à mesa, vendo o noticiário sobre as inundações no Algarve.
Inesperadamente tocou o telemóvel. 
- Estou sim. Boa tarde!
- Estou a falar com o sr, Luís Coelho ?
- Sim, sim. Em que posso ajudar?
- Bom, o meu nome é .../... do Banco Barlays e gostaria de lhe oferecer os nossos produtos. O nosso Banco está a oferecer um cartão de débito a que está associado um crédito a todos os novos clientes e que poderá utilizar em condições vantajosas.
- Pois muito bem, respondi, mas continuei:
Diga-me para que quero eu um cartão desses se não tenho dinheiro. Se eu tivesse dinheiro teria procurado os vossos serviços ou o de outros Bancos para obter lucros.
Não tendo dinheiro não poderei pagar o vosso crédito.
Parece-me que a Srª está a perder  seu tempo e a querer ludibriar-me.
- Sr Luís, muito obrigado pela sua atenção. Desejo-lhe uma boa tarde.
Fez-se silêncio de ambos os lados.
A minha mulher que estava ali perto e também esteve atenta  à nossas conversa, acrescentou:
- Boa resposta. 
E assim cai muita gente no logro do dinheiro fácil.
Já aprendi que os Bancos não dão nada a ninguém e aqueles que entram nestas redes acabam por pagar tudo a triplicar.
É um empréstimo para pagar outro empréstimo e depois mais um para resolver o problema dos primeiros...
luíscoelho
Novembro/2015 

Novembro

Resultado de imagem para fotos árvores
(foto google)

Cansado, encostou-se à sombra verde da árvore, inclinada para a estrada pela força do tempo e pela idade.
Na sua cabeça rodavam tantas lembranças que se misturavam naquela paisagem árida do Estio.
Naquele momento deixou de ser ele. Fez-se parte daquela sombra e daquele caminho seco que distava das casas e do tempo.
Por largos momentos esqueceu-se de si.
Depois, lentamente, aquele verde onde se encostou, parecia ter ganho nova vida e apresentava-se com novas cores. 
O movimento da vida não pára.
Tendo acordado não sabe explicar aqueles instantes.
Difícil reconstituir ideias ou redesenhar pensamentos.
Apertou as mãos com mais força e tossiu com alguma intensidade para se certificar da sua própria realidade.
É preciso estar atento.
Não quero deixar-me amordaçar nesta paragem que limita a minha liberdade.
Finalmente levantou-se, abanou a cabeça como quem quer sacudir certas lembranças e retomou a sua caminhada.

Luiscoelho
Novembro/2015