terça-feira, 29 de setembro de 2009

Noites frias

Noites frias sem luar
Que me fazem navegar
Pelo Céu cheio de estrelas
No escuro a cintilar.
Seu encanto me seduz
Pelo brilho e pela luz
Pela vida a renascer.
E assim fico a pensar
Como se fosse uma estrela
La no Céu sempre a brilhar
Ou como um barco perdido
Neste mundo a navegar.
Nesta vida de mudança
Procurarei as estrelas
As mais vivas e mais belas
Para que tragam de novo
A razão deste viver
De andar sempre a tecer
Um manto de amor e paz.
Noites frias sem luar
Devem sempre iluminar
As razões do bom viver
Com mais fé e confiança
Neste mundo de mudança.

luiscoelho

sábado, 26 de setembro de 2009

Ser poeta

Queria ser poeta e cantar
A beleza que encontrar
Tudo quanto me sorrir
E tudo quanto eu vir
Para a perfeição desejar
Queria ser bom cantador
Por gosto, com muito amor
Sem nunca me cansar
Nem a voz se acabar
Por desgosto nem por dor.
Cantarei o teu olhar
O teu porte e o teu falar
Cantarei até poder
Sem disso me valer
Para te poder conquistar.
luiscoelho

domingo, 20 de setembro de 2009

Maquina nova

Todos os dias faço uma caminhada. Ás 13horas como uma sopa e se ninguém me prende na conversa ou se o assunto não me desperta interesse subo um pouco a rua e começo a caminhada descontraída e compassada, para baixar o colesterol e manter o ritmo cardíaco.
Comigo levo sempre esta fiel companheira para o que der e vier.
Gosto de fotografar alguns cantos que me parecem ser únicos e me deixam entusiasmado.
Estas flores são tão pequeninas e mantiveram esta beleza, durante todo o Verão, encravadas na encosta do Castelo.
Outros dias surpreendem-me as ruínas perdidas nas ruas da cidade e com mais frequência ainda aquelas casas antigas onde vivem ainda sonhos e traços dos tempos passados.
Nem todas as fotos saem perfeitas e também não tenho os ângulos certos dos profissionais.
Irei publicando todas as que se relacionarem com o tema exposto de modo a tornar este espaço mais agradável e convidativo.
Se alguma coisa não correr tão bem, não será certamente por falta de boa vontade.

Partidas

As partidas que me fazem
Tantas que também já fiz
Algumas que nunca quis
Mas também acontecem
Aqueles que bem as tecem.
Partidas por brincadeira
De enganos muito ardilosos
Que nunca serão esquecidos
Por serem sempre gostosos
E também muito queridos.
Não são partidas nem chegadas
São contos de animação
E todas sempre se fazem
Por toda e qualquer razão
Procurando parecer por bem.
Partidas que são partidas
São chegadas a bom cais
Serão sempre brincadeiras
Por desporto e nada mais.
luíscoelho

domingo, 13 de setembro de 2009

horas
As horas do meu relógio
Marcaram o meu destino
Do que fui desde menino
Do que vi acontecer
E daquilo que quis fazer.
Relógio das horas duras,
Alegrias e farturas,
Horas mortas e rotas,
Batidas do coração
Tocadas naquele compasso
Tão cheio de emoção.
As horas deste relógio
Falam o tempo passado
E marcam para o futuro
O desejo inacabado.
As horas idas e vindas
Marcam o vento do tempo
Deixam na alma o desejo
De amor e sentimento
luiscoelho
(inspirado no Relógio de África em Poesia de Lili Laranjo)
O Relógio
Bate devagar
As horas
Os minutos
Os segundos
Quebra o silêncio
Faz companhia
E no silêncio da noite
Muitas vezes
É o nosso cúmplice
LILI LARANJO

sábado, 12 de setembro de 2009

Gostava de ver-te assim

Gostava de te falar,
Te ouvir e te amar
Cuidando tudo por bem
Me fazendo teu refém
Nas horas que o amor vem
Cruzando o nosso olhar
Sempre que se quiser
Vivendo-o em cada dia
Com amor e alegria.
Gostava de ver-te assim
Risonha, chegada a mim
Saber-te sempre feliz.
Gostava que me amasses
Me ouvisses e me falasses
Neste tempo que te dou
Neste amor que já criou
As bases desta amizade.
luiscoelho
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amor sem cura
No mar dos meus sentimentos
Certas tritezas se perdem
Mas outras sempre aparecem
E assim me vão balouçando
Num mundo de pensamentos.
As ondas dos meus lamentos
Me roubam toda a razão
Porque amar sem ser amado
Não tem nenhuma explicação
Nem curam os sofrimentos.
Na espuma branca das ondas
Já me vejo a ser levado
Se amo, não sou amado
Viverei sempre agastado
Sem remédio nem lisura
Neste amar que não tem cura.
luiscoelho

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Se soubesse escrever

Se soubesse escrever
Prender-me-ia à caneta
E deixaria que dançasse,
Cantasse, sorrisse e falasse
E que a todos encantasse.
Deixaria que os pensamentos
Corressem da voz e no tempo
Bem certinhos no papel
Saborosos e refrescantes
Doutos e bons como o mel.
Contaria a tua história
E todas as que viveste
Guardando-as na memória
Nestes traços de papel.
Se soubesse escrever
Muitas coisas não diria
Nem jamais me atreveria
A trair a tua amizade,
O respeito e a bondade
Nestes laços de verdade.
luiscoelho

As minhas canetas

As minhas canetas escrevem
Rabiscam, desenham as palavras
Que fazem os sonhos andar
Sem nunca sair do lugar,
Querendo talvez alcançar
Esse mundo feito de magia.
As minhas canetas tocam
Aqueles desenhos à vida
Misturando-os na luz do dia
Mexendo-os na luta e na lida
Fazendo-os imagens reais
Nestas estradas de papel branco
Onde choro e também canto
Me escondo e me desnudo
No encanto deste manto.
As minhas canetas choram
As mágoas do meu amor
Nos dias perdidos no vento
Vivendo o teu desamor
Alimentando o meu desalento.
luiscoelho

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

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Sombras
Estas sombras que me seguem
Me confundem e perseguem
Mudam as cores e as formas,
Perdendo-se na noite escura
Inflamando minha loucura
Quando me abraças e me amas
Neste sofrer de amor em chamas.
Correm vagarosamente tristes,
Neste olhar a que resistes
No tempo passando fugaz
Que me obriga e me faz
Procurar-te nestas sombras
E amar-te assim perdidamente.
Nas noites brancas do desejo
Quando não te encontro nem te vejo
Vou sacudindo o luar perdido,
Nas sombras do amor esquecido,
Mas que nunca será triste nem ausente,
Quando tu me olhas e estás presente.
luiscoelho

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Algumas árvores resitem à urbanização

Vivem na cidade e são rainhas
Daqueles que as poupam e as amam
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desejos

O meu desejo era voar
Com asas longas e leves
Partir para longe deste amar
Que me obriga a mergulhar
Nos sentimentos que escreves.
O meu desejo era aprender
Certa forma de viver
Sem nunca me esquecer
Aquele jeito de amar
Como tu sabes fazer.
O meu desejo era cantar
Lindas canções de amor
Sem nunca poder parar
A ópera do meu clamor
E com elas te encantar.
Tantos desejos desejei
Naquele viver sem nada.
O teu amor me encantou
Para ti me fiz e me dei
Numa procura inacabada.
luiscoelho

domingo, 6 de setembro de 2009


Algumas da nossas plantas. Aguardam a vez de serem mudadas de terra e de vasos.
Equanto não houver frio elas estão bem ali à sombra da laranjeira.
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O Sr Zé da Silva

Perdidos na memória do tempo, mas ainda consigo recordar alguns traços da sua fisionomia assim como das suas conversas aqui em casa.
Andavam à jorna. Iam trabalhar para quem lhes falasse primeiro, ou combinasse primeiro os dias que precisava deste trabalhador.
Vinham também aqui para casa.
Chegavam de manhã, às 09 horas, de enxada às costas e com vontade de «fazer o dia». Alguns dias vinha com a mulher e aqui passavam o tempo ajudando os meus pais nas lides do campo e na cultura da vinha.
Os filhos ficavam por casa entregues a si próprios e outras vezes vinham com os pais a troco de uma sopa e um pedaço de pão.
Eram pessoas pobres e morreram pobres.
A casa onde viviam só tinha telha em metade. A outra parte era descoberta não oferecendo abrigo nem segurança.
Um dia lembro o pai dizer-lhe:
-Dou-te um pinheiro para arranjares a tua casa e para poderem viver melhor nos dias de Inverno. Assim não estás bem nem os teus filhos......Pensa nisso.
O sr Silva nunca mais se preocupou e lá foram vivendo como puderam.
Os filhos cresceram e foram «Servir»
Saíram de casa e foram trabalhar para casais mais abastados que os alimentavam e lhes davam o ordenado no final do mês.
Quando veio a revolução de Abril de 1974, e com os filhos já todos casados a sua vida melhorou um pouco mas seguiram-se as doenças e lá partiram no esquecimento normal do tempo.
A mulher era muito descarada e dizia muitos palavrões e então a minha mãe estava sempre a repreendê-la para não falar assim na frente da crianças.
Um Domingo à tarde vinha com os filhos todos atrás de si e um cesto carregado com um tacho e não sei o que mais. Era arroz de míscaros.
Acomodaram-se na nossa eira e começaram a comer enquanto a minha mãe lhe foi buscar um pipito (bilha de madeira) de vinho de dois litros.
Nós estávamos a olhar e quiseram repartir connosco aquele arroz .
Coitadinhos dos meninos deixa-os comer um bocadinho...., dizia a senhora.
Provámos aquele arroz maravilhoso salteado com os cogumelos - míscaros - e pedacinhos de toucinho entremeado.
Era maravilhoso e parece que nunca mais provei arroz igual àquele.
Outro dia andavam a semear batatas e enquanto os bois lavravam um novo rego o sr Silva pegou numas poucas de alfaces para plantar mas a mãe disse-lhe :
- Sr José, páre lá com isso e vá fazer outra coisa. Isso faço eu !
- Mas não vê Ti Virgínia que não posso fazer nada sem que as vacas dêem a volta...? Se estiver parado é pior para si e para mim também.
Nos ajudámo-los a eles e eles ajudaram-nos a nós.
Ainda hoje somos amigos dos filhos do Sr Silva e eles são nossos amigos também.
O José, o Manuel, a Clarinda, a Emília e o Idalino.
Penso que dois já faleceram.
A Mulher do sr José da Silva chamava-se Emilia, mas todas as pessoas a conheciam por Recta. Ela não gostava nada deste apelido e quando alguem se atrevia a dizê-lo, sujeitava-se a ouvir muitas coisas desagradáveis. Ela tinha uma lingua bem afiada e resposta sempre pronta
luiscoelho

sábado, 5 de setembro de 2009

Hoje fui à Igreja para rezar
Olhei em Silêncio e procurei
Deus a Quem quero amar
Não O vi, nem sei se Ele estava lá

Mas entreguei-Lhe as preocupações
Agradeci o meu tempo de trabalho
E tantas coisas boas que me dá.
Mergulhei em profunda meditação
E lembrei tantas coisas passadas
Por todos os erros pedi perdão
E para todos pedi paz, saúde e pão.
Não contei com o tempo a passar
Nem de tudo quanto me pude lembrar,
Coisas esquecidas que me acordaram
E muitas outras novas se mostraram
Para viver com mais justiça e verdade.
Acredito que Deus passou por ali
E que em mim pousou Sua mão

Me enchendo de amor o coração.

luiscoelho
O interior da Igreja do Espirito Santo.
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Igreja do Espirito Santo. É mais bonita por fora que no seu Interior. À noite com as janelas iluminadas ainda é mais bonita mostando os paineis de vitrais .
Posted by PicasaFoto de luis coelho. Chaminé na casa da última quinta no centro da nossa cidade
Nuvens
As nuvens trazem os pensamentos
Desalinhados nos ventos inconstantes
Chegam rápidos mas sempre carregados
De tristezas perdidas e ignorantes
De alegrias sentidas por momentos.
As nuvens transportam saudade
Criadas no tempo de amor e verdade
Vividas em poucos e raros instantes
E desaparecendo sem continuidade.
As nuvens me acordam e me ferem
Correndo nas cores do olhar atento
Me vestem e também descobrem
As verdades de que me alimento
Nesta fome sem qualquer maldade.
As nuvens vão chorando baixinho
Pedindo mais amor, afeição e carinho
São lágrimas tecidas em cordas
Que nos ligam ao cais onde aportas.
luiscoelho

EDUARDO POISL disse...
Pensamos demasiadamenteSentimos muito poucoNecessitamos mais de humildadeQue de máquinas.Mais de bondade e ternuraQue de inteligência.Sem isso,A vida se tornará violenta eTudo se perderá.(Charles Chaplin)Hoje passando para desejar um final de semana com muito amor e carinho.Abraços do amigo Eduardo Poisl.
ISA disse...
Amigo obrigada pela sua visita. Adorei o seu comentário.Bom fim-de-semana.O pensamento eleva a vida, no entanto pensar de mais ou de menos não é aconselhável. Quem pensa muito não pensa bem e pensado pouco não leva a nada.
5 de Setembro de 2009 4:18