sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Final de 2010

Anoitece lentamente
Na brisa fresca dos dias
Que fecham os meses do ano.
As imagens correm no olhar
Cansado dos dias lentos
Que fazem as dores presentes
Nestas résteas de luar.


As recordações ficam
Presas no cais a balançar
Renascendo no sopro do vento
Que nos fazem acordar
De tantos sonhos perdidos
Presentes só dos sentidos
Que fazem o pensamento.


Anoitece mais lentamente
Nos dias soltos no tempo
Passados tão cegamente
Foram vidas, foram sonhos
Foram lágrimas e sentimentos 
Que nos fazem repensar
Que a vida corre sem parar. 
Luíscoelho


Queria fazer um poema de agradecimento a todos os que acompanham o lidacoelho e me brindaram com palavras de carinho, simpatia e votos de bom ano - 2011.
As palavras e as letras formaram a melodia acima que ofereço a todos num abraço agradecido.
Sinto-vos na proximidade da amizade e respeito que a todos dedico carinhosamente.
Desejo ardentemente um bom ano de 2011 para todos.
Luís Coelho
  

domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal/2010


O Natal de Jesus 
Nem sei se Ele passou por aqui
Distrai-me e adormeci
Acordei com o Sol a brilhar 
E todo o Universo a cantar
Glória a Deus
Paz na terra aos homens
Vamos todos acordar
Agradecer, dar e receber
Tanto amor que Jesus 
Nos veio oferecer.
Os olhos perdidos andaram
Nos brinquedos 
Nas luzes e cores a dançar
E os pensamentos ficaram
Vádios a navegar
Na saudade deste Deus Menino 
Que eu não vi chegar
Mas sei que irei encontrar
Para alem da festa
Do barulho e das cores  
Que não nos deixam pensar
Luíscoelho


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Aquilo que te disse

Aquilo que te disse
Nasceu em mim,
Correu apressadamente
Neste rio que não tem fim.
Queria cruzar-me contigo,
Macio e silenciosamente,
Sem perder um só segundo.
Os pensamentos balançam,
Remoinham e apitam
Naquilo que não te disse, 
Mas se dissesse perdiam
O encanto e a ternura
A força e rebeldia
Que fazem esta loucura.
O teu olhar me convém
É ele que me detém
Neste viver a correr,
Amando sem entender,
Querendo este sofrer  
Luíscoelho




quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Presépio/2010


Rogério Lorenzoni
(Foto google)



Natal são as noites frias, 
Húmidas de esperança,
Lembranças perdidas
Procurando a Verdade.
Natal são presépios vivos
São cristais de saudade,
Buscando a alegria
Na sã Amizade.
São crianças maduras
Que cresceram sozinhas  
Com muitas agruras.
Natal são as tardes mornas
Numa luz que renasce
E no amor ao Menino
Que nos ensinou a partilha
E nos falou do perdão,
Que transformou o mundo
Ensinando a Paz e a União
Luíscoelho

Nota
Uma noite mal dormida, muitas palavras incompletas, dores dispersas e pensamentos desalinhados   deu um primeiro poema pobremente vestido.
Nele pretendia deixar uma mensagem de muito amor e carinho para todos, vindo agora repor novo poema dentro das minhas limitações.
2010 Dezembro16 
Luís Coelho



Manhãs frias, húmidas de esperança
Construindo o Natal num sonho de amor
Presépio de pedras tristes, cinzentas 
Em vendavais poluentes de desamor
Chuvas ácidas de fome, tortura,
Guerras, roubo, violações dos inocentes 
Coisas tristes destes dias tão presentes
Tantas lágrimas de pessoas sem ternura.


Tardes mornas de chuva intermitente
Quando a luz se vai sofregamente
Nos gritos lentos das folhas adormecidas.
Presépio que se faz continuamente
Pelas mãos repetidas e crianças convencidas
Que a terra dará pão e o Sol será a razão,
A força esquecida numa súplica repetida
Que renasce cada dia com amor em oração.
Luíscoelho  

Desejo a todos quantos passam por este cantinho, um Santo Natal e um Feliz 2011.
Agradeço reconhecido as palavras de apoio e as visitas sempre agradáveis. BEM HAJAM

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Espelhos de luar




Olhei-me no espelho
Frio e silencioso da noite
Naquele lago agitado da vida. 
A Lua iluminou as sombras
Altas, confusas, esquecidas
E os pensamentos confundiram-se
Num presente do passado feito.
Os meus ouvidos ouviam 
Tantas dores num modo imperfeito
Reportagem das coisas que fiz,
As que disse e também as que vi,
As que não fiz e devia ter feito.
Os pés prenderam-se nas margens
Do passado esquecido ao presente vivido
E as mãos soltaram as imagens
Que fugiram lentas do olhar pesado
No espelho de água e luar formado


Luíscoelho

domingo, 5 de dezembro de 2010

E se o mar fosse calmo...

Navego num mar de pensamentos
Evito as correntes,
Abraço os ventos,
Seguro o leme para que a barca se aguente
Ando como posso, 
E sigo em frente.
Deus traçou a viagem 
Marcou-a seguramente.
Por vezes fico a pensar:
-  E se o mar fosse calmo...?
- E se as estrelas brilhassem sempre...?
Quando encontro outros barcos
Que acenam e cumprimentam
Pergunto ao tempo
Estarão de regresso...?
Farão uma viagem ao inverso...?
Digam-me onde vão.
Onde foram e onde estão... 
Gostaria de manter um rumo certo, 
Seguro, sem ventos nem tempestades
Até que tudo esteja concluído.
Luíscoelho





quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Olhar doce


Naquela curva da estrada
Onde nosso olhar se cruzou
Tudo em mim se transformou
Numa força desprogramada
Numa melodia encantada 
Que o meu coração tocou

Olhar doce e transparente
Que vive no meu pensamento
Hoje e em todo o momento
Transformando suavemente 
Nossa vida milagrosamente
Como a brisa suave do vento 

Este amor tem de vencer
A longa estrada da vida
Numa luta bem renhida
Assim podemos aprender
Novas formas de viver
No olhar em que se acredita
Luíscoelho

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Doi-me a alma

Dói-me a alma de frio
E as mãos de tanta ilusão
Caminho num tempo vazio
Andando sem direcção
Sumidos os olhos espreitam
A hora de se recolherem
Mas lentos ainda procuram
A hora de se entenderem
Despi-me dos pensamentos
E do tempo perdido em vão
Esqueci todos os lamentos
Que guardava no coração
Abri uma janela a nascente
Cantando o sol  da vida
E olhando para o poente
Saboreei esta luta renhida
Luíscoelho



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

2010-Outubro-31-ventoso

O vento que é lento
Levantou-se no tempo,
E soprou sem consentimento
Logo mais se enfureceu 
Passou, saltou e correu
E assobiando me deu
Um empurrão para cá
Depois outro para lá
Assim como quem não dá
Andou dois dias perdido
Nestas danças convencido
De soprar num só sentido
Acabei rodopiando 
 do vento me fartando
Vendo o mundo se dobrando
Senhor vento tenha cuidado
Não me quero despenteado
Nem assim tão maltratado
Veja a grande confusão
Parece uma revolução
Se ter alma nem razão
Ouça agora o meu pedido
Vá descansar num abrigo
Lá longe bem escondido. 
Luíscoelho

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tecer a noite

A noite pintou-se mais escura
Dobrou as sombras já pesadas,
E correu em ventanias aceleradas.
Fez abrigos como ainda não se viu
Parou o tempo no brilho das estrelas
E com um frio transparente as coloriu.


A noite foi tecendo mantos negros
Misturando-se no perfume da nortada.
A brisa foi passando nas ramadas
Que suportavam as aves nos abrigos.
Escondeu-se nas franjas do silêncio
E adormeceu longe dos perigos.


A noite mastigou tantos pensamentos, 
A esperança, o amor e outras emoções
Fez programas e sofreu desilusões
Correu dançando e viveu amando
Noites perdidas sonhos construídos
Tantas coisas que se vão somando.
Luíscoelho





sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Duvido

Duvido da paz
do entendimento
e da razão
Duvido do amor 
do respeito
e da união
Duvido das políticas
Destes jogos
e contradições
Duvido das mentiras
das promessas
e das reacções
Duvido dos políticos
incompetentes
e aldrabões
Duvido da esperança
cântico de silêncio
das religiões.
Luíscoelho 

domingo, 10 de outubro de 2010

A chuva cai

A chuva cai forte e fria
E correndo se mistura
Pela terra com fartura
Vai caindo noite e dia
Com pingos de água pura.


E quando cai lentamente
Passando por vales e montes
Faz renascer muitas fontes
Mas segue apressadamente
Para lá dos horizontes


A chuva cai sem cessar
Fazendo um belo concerto
Às cordas deu um aperto
Voltando sempre a cantar
Lá longe como aqui perto.
Luíscoelho


ou


A chuva cai
Possuindo a terra
E nua vai 
Regando a serra
Com suaves mantos
De coloridas cores
Tantos encantos 
Se divina fores
Caminhos secretos
De formosas gotas
Segredos tão certos 
De águas marotas
Luíscoelho

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Vindimas

Escuro - Uvas Azuis Em Videiras
Imagem colhida no Google

Em finais de Setembro ou nos primeiros dias do mês de Outubro, aconteciam as vindimas. 
Juntavam-se as famílias Carnide com a família Coelho e faziam aquele trabalho trocando tempo entre eles. Dois dias para um, e logo a seguir para o outro. Era uma festa. 

Quando não chovia e o Sol aquecia as encostas das vinhas era tudo muio agradável.
Andavam alegres e aquele coro de vozes misturadas, falando todos ao mesmo tempo, nem dava para perceber o assunto de algumas conversas.  

Recordo que o pai costumava levar o carro de bois com uma dorna de madeira e na traseira do carro metia um grande molho de feno para ir dando às suas vaquitas durante o dia.

Geralmente chegavam todos ao  mesmo tempo. Retiravam as vaquitas dos carros e iam prendê-las numa sombra próxima, dando-lhe alguma palha para irem comendo, pois iriam passar o dia por ali. A vinha era grande e as uvas estavam muito bonitas sem moléstia nem outras doenças.

Começavam aquele trabalho na parte da vinha junto aos carros de bois para não danificarem as outras uvas e seguirem sempre por filas certas. 
Logo no início faziam o sinal da Cruz  e uma pequena oração. 
Depois diziam: -  Vamos lá com Deus. Que Ele nos ajude e que tudo corra bem.

Os poceiros começavam a ficar cheios e logo faziam uma lista de quem iria levá-los. Corria a vez por todos. Despejavam para dentro da dorna e com uma pedra ou um giz marcavam um risco, por cada poceiro, nos aros de ferro da dorna para  saberem sempre a quantidade de uvas colhidas em cada vinha. 

As qualidades das uvas parece que eram diferentes em cada zona. Mais coradas e doces nas encostas e menos adocicados nas partes mais frescas onde a vinha era mais forte e os cachos eram maiores.

A tia Maria pegava num cesto e andava  mais à frente escolhendo os melhores cachos  para guardar e irem comendo até perto do dia de Natal.

Outros cachos eram secos no forno. Depois de cozerem a broa de milho limpavam o forno e metiam uma camada de uvas.
Com o calor do forno as uvas ficavam quase secas e conservavam-se todo o ano. Passas de uva.

Tinham vinhas espalhadas por esta região. Recordo algumas nas Picotas, Sachieira, Valfojo,  Farreca, Barros da Pedreira , Baralha e Mata.
Todos tinham dois talhos de vinha nos Verdeiros que eram herança do avô Carnide.

Quando o calor começava a apertar, apetecia sentarmo-nos na sombra de alguma videira, mas logo ouvíamos uma chamada de atenção.
Vamos lá meninos a cortar uvas para o cesto e apanhar também os bagos do chão.

Logo outro, mais alem, dizia:
- Olhem que uma velhinha fez uma pipa de vinho com os bagos das uvas ...sabiam..?
- Verdade...? Coitadinha da senhora...fartou-se de apanhar bagos do chão...........

Longe de nós pensar que todo o bom vinho só é feito com os bagos das uvas.
Havia também assalariados que vinham trabalhar por conta dos donos das vinhas e muitas vezes também traziam os filhos, mas não havia tempo para brincadeiras.

Por vezes a navalha saltava-nos e acontecia um corte nas mãos ou nos dedos. Lavavam com água fria e embrulhavam a mão, com um trapo, a tapar o corte.
Por vezes os mais pequenos choravam e alguns mais velhos brincavam com eles dizendo:
- Cuidado ... por aí só vão sair as tripas maiores ...que as mais pequenas não cabem.......

O almoço, à uma hora da tarde, era sempre o mesmo todos os dias da vindima.
Uma cebolada com sardinha salgada assada. O prato era um naco de broa de milho cozida na véspera que cada um agarrava e ia trincando juntamente com a sardinha e a cebola.

O sabor salgado da sardinha ficava amenizado com o picante da cebola crua. Podiam repetir e pedir mais  broa e mais sardinha. 
Bebiam água do barril, bilha de barro com um pequeno gargalo, que andava de mão em mão e outros bebiam vinho por um pipito de madeira que também ia passando por todos.

As tardes parece que passavam mais rápido. Antes do anoitecer começavam a juntar tudo, para fazerem a viagem de regresso. Ao serão ainda tinham de pisar as uvas e fazer a transfega para os balseiros grandes onde fermentavam. 

Chegávamos a casa noite cerrada, contando as estrelas no céu, mas ainda assim felizes com a alegria do convívio com os tios e os primos que considerávamos como a nossa família.
Sentíamos e vivíamos como se fossemos todos irmãos na mesma casa.
Luíscoelho


Se alguém quiser recordar fotos destes tempos deixo aqui o link que poderão visitar. São muito  parecidas com as que fazíamos por aqui.


http://sernancelhe-vila.planetaclix.pt/Vindimas-page-00001.htm

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pintar palavras

Posted by Picasa
Pintei palavras perpendiculares
Em traços longos e circulares
Recolhi as letras nas cordas do tempo,
E fiz poemas de sonhos e ventos.
Colhi o perfume de belas flores
E guardei-o em caixas coloridas,
Conservando as cores adormecidas
Nos lamentos, tristezas e dores.  
Rasguei a terra com amor e carinho
E procurei o pão como um passarinho.
Amei as palavras pintadas de amor
E outras dispersas perdendo a cor,
Palavras sementes de bons sentimentos
Que andam perdidas nestes pensamentos.
luíscoelho

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Alcobertas - 25/09/2010


Imagem colhida na Net


O Sol levantou-se mais cedo e fez-me saltar da cama no tempo adormecido. Hoje é o dia do nosso encontro anual. Tantos amigos que nos ajudaram a crescer na estrada de vida.

Caminhos diferentes. Curvas e contracurvas pela montanha acima. Olhos rasos de ideais e sonhos em formação.

Não há formalidade nas palavras, nem apresentações traduzidas em silêncios interrogativos.
Com um abraço se agarra o nome e se recordam aqueles traços de meninos na década de sessenta.
Alguns de anos anteriores e outros de anos seguintes.


Iniciámos às dez horas junto às salinas de Rio Maior e fomos ouvindo algumas notas explicativas sobre a sua descoberta e o valor comercial do sal.


Seguimos para Alcobertas e visitámos os potes dos mouros, cravados no subsolo e que eram utilizados para guardar cereais, azeite ou mesmo vinho em tempos remotos.


Visitámos ainda dois fornos para a cozedura do barro trabalhado. Panelas ou jarros e também aqueles potes de grandes dimensões.


Ainda antes do almoço passámos por Olhos de Agua, nascente do rio Alviela. Águas limpas e transparentes correndo apressadamente por entre cascatas de pedra solta.


O almoço foi servido no Centro Recreativo de Chãos onde se pode ter uma imagem panorâmica de toda a região. Simplesmente maravilhoso. 


Houve ainda tempo para visitar as grutas de Alcobertas situadas quase no cimo da serra. Um acesso bastante difícil. 


A Anta de Alcobertas que vimos na foto é uma das maiores da Europa. Não foi possível visitá-la. O acesso a faz-se pelo interior da Igreja.


A noite foi lentamente abraçando todo o encanto da serra e cada um foi deixando um agradecimento pela iniciativa e o desejo de um reencontro no próximo ano.


Parabéns aos promotores pela iniciativa e pelo programa que estava estudado ao pormenor.


Dissemos adeus e partimos rodando os olhos por todo o encanto que ali podíamos colher. As estrelas num firmamento silencioso, contrastando com a iluminação publica das aldeias perdidas no fundo dos vales e no sopé da Serra d'Aire e Candeeiros.
Luíscoelho

domingo, 26 de setembro de 2010

Se eu fosse rico





Não quero ser rico
Nem quero ser pobre 
Quero uma vida simples
E um coração nobre.
Quero paz e muito amor,
Correr por vales e montes,
Sentar-me na beira do rio
Beber a água nas fontes.
Não quero o Sol com grades 
Nem trancas à chuva que cai
Quero amar os que me amam
Dizer adeus a quem vai,
Gritar na noite serrada
O nome da minha amada
E nesta vida sem tempo
Viver um bom pensamento.
Quero agarrar os olhos da Lua
Virando-a para nascente
E neste mundo de ventos 
Fazer do amor um presente
E que todos os quartos da Lua 
Se tornem em quarto crescente.
luíscoelho

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Vida em movimento

Não sei controlar estes pensamentos que correm no meu interior, formando um caudaloso rio de emoções com quedas de água vertiginosas ferindo as pedras nas sua passagem repentina.

Às vezes paro e pergunto, porque me ocupo destes pensamentos colados como lapas no meu peito.....???

Porque me deixo molhar nestas correntes que aumentam de velocidade a toda a hora e me deixam numa carência aflitiva por uma explicação ? 
Porque procuro uma palavra amiga ou um pouquinho de afecto dos nossos laços familiares.........??

Não encontro nada...nada que me faça renovar ânimo e ultrapassar estas correntes que aumentam o sofrimento silencioso. Teimamos em esconder este desânimo numa qualquer curva do rio onde possa recompor-se e renovar-se.

Como mudaria todas as coisas se pudesse entrar pelas tuas portas abertas e mostrar-te a dor que me traz a tua indiferença e o silêncio em que te escondes assim como os teus projectos.

Se pudesse parar esta corrente e falar das nossas coisas, da saudade que me mata com a tua distância, do desejo de te voltar a ouvir nos sons da viola, dos projectos e das dificuldades.

Prendo-me naqueles pensamentos de que não queres ouvir-me e fazes a tua passagem apressada não criando um espaço ou uma hipótese de um pequenino diálogo.....

Pressinto a tua corrida mais rápida, esquivando-te às perguntas que não queres ouvir nem dar-nos uma resposta que nos tranquilize.
Vejo-te passar na voragem do tempo que cada vez nos afasta mais tornando o nosso silêncio assustador.

Onde foi que errei e porque te escondes.....???
Quando damos tudo e depois recebemos indiferença algo estará errado.

As águas deste rio tendem a transbordar. É a tua mãe, com todo o cuidado, vai dizendo coisas que me tiram as palavras e me fazem mergulhar nesse rio turbulento. Palavras que me amarram às margens, esperando aquela oportunidade do nosso reencontro.

Quando...de que modo e quais os efeitos..........??? 

Os filhos deste tempo, tem tempo para os amigos, o cinema e os concertos, mas evitam os pais. Falam-lhes com aspereza e pensam que são eles os donos do mundo e do destino.

Onde errámos e te soltámos as asas para voares tão orgulhosamente livre...esquecendo o nosso esforço para te acompanhar ....sem que nada te faltasse...
Luíscoelho

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Palavras

As palavras correm apressadas,
Confusas e desordenadas
Entopem os olhos de símbolos,
Rasos de letras e de sons.
As palavras transformam
O papel e as cores da vida
Traços, pontes, tudo se liga
Movimentos, sombras e pessoas
Num acontecer sempre novo.
Palavras minhas, palavras tuas 
Palavras perdidas em todas as ruas,
São gritos soltos esquecidos de amor
São ais de silêncio vividos com dor
E tantas alegrias cheias de esperança 
Correndo na vida, sua pista de dança. 
Palavras loucas, agressivas a mais
Palavras boas tão poucas,  pequenas demais
Luíscoelho.



sábado, 11 de setembro de 2010

O Pinhal do Rei


Foto colhida no Blogue Dias com árvores


O pinhal era grande e vasto, cheio de pinheiros frondosos e de um encanto que nos levava a imaginar uma infinidade de coisas e animais perdidos na sua vastidão .

Diziam que o pinhal foi mandado semear pelo Rei D.Dinis – O Lavrador.

Começava para lá dos campos do rio Liz, do lado Poente, e estendia-se até ao mar.

Era um mundo. Uma mata cerrada, onde poderíamos facilmente perder-nos.

Havia uma época em que  autorizavam ir lá e trazer carradas de mato. Ainda assim, esses dias e semanas, eram divididos por todos os lugares aqui perto, de modo a não entrar em conflitos com os vizinhos.

O mato era utilizado para os currais dos animais domésticos, criando-lhes camas secas e confortáveis aos bois e aos porcos ou ainda as aves de capoeira.

Saíamos de casa duas ou três horas antes do amanhecer. As vaquitas puxavam o carro, indo sempre à frente alguém que conhecia aqueles  "aceiros" - Caminhos abertos no meio do pinhal em linha recta até se perder de vista.

Devíamos estar na mata ao amanhecer para juntar e carregar.  Quando o sol começava a aquecer,  as moscas  tornavam-se insuportáveis, para nós e para os animais. Com o calor era mais difícil fazer as carradas de mato bem feitas.

Havia um certo cuidado em fazer de todo aquele trabalho com arte. Ninguem gostaria de ser a "chacota" dos outros. 

As entradas e saídas eram sempre efectuadas junto à Casa dos Guardas. 

Os guardas tinham uns ferros e perfuravam as carradas de mato para se certificarem de que não tínhamos cortado alguns pinheiros, pois isso era proibido.
No Inverno, tínhamos de seguir a pé para não enregelar com o frio.

Os pés gretados a pisar o chão quase nem os sentíamos, mas o desejo de ser dos primeiros e de voltar cedo nem se reparava na dor.
Um dia já tínhamos a carrada quase feita, mas o carro deu um "solavanco" e desmoronou-se tudo para um e outro lado. 

Por lá ficámos, a Mãe em cima do carro com um ancinho, sempre a fazer a carrada em camadas certas. Puxando o mato de um lado para o outro e segurando as "paveias" que eu lhe ia atirando lá para cima. 

Quando terminámos estava lavado em suor. Dei uma volta de corda a segurar o mato e ajudei a mãe a descer. Reapertámos a carrada e começamos a caminhada de regresso. 

Com os nervos - "à flor da pele"- nem conseguimos comer o farnel que levámos.
Graças a Deus que o resto da viagem correu bem. Comemos então alguma coisa quando chegámos a casa e depois fomos tratar de outras sementeiras que deviam ser feitas naquela época.

Naquele tempo tínhamos os nossos pinhais sempre limpos e quando nos dávam este mato no Pinhal do Rei ficávamos sempre contentes pois era um mato melhor para acamar os currais do gado e para estrumar as terras nas sementeiras.

Ainda me lembro, contava a mãe, de pedir aos meus pais para nos deixar ir às Festas do Senhor Jesus dos Milagres e a Avó disse-me:
- Sim senhor, podem ir, mas primeiro vão à Mata e trazem uma carrada de mato. Assim foi! Saímos mais cedo ainda  e lá fomos,eu e os tios. 

Juntámos, carregámos e voltamos ainda a tempo de mudar de roupa e fazer um farnel para levar para a festa. Neste tempo ir à festa era ouvir a missa e o sermão e ainda ir na procissão.

Gostávamos de ficar por lá até  à noite, de ver o fogo de artifício e ainda nos divertíamos no bailarico. 
Outros tempos de sacríficios que vocês nunca conheceram.
Tantas coisas que os pais nos contavam ao serão, para não adormecermos antes da ceia estar pronta.
Luíscoelho

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Na sombra da noite


Imagem colhida no Blogue da Maria - Divagar sobre tudo um pouco


Na sombra da noite 
Ouço-te sonhar
Palavras de esperança
Neste leve acordar.
Ouço-te no silêncio
Que dança em compasso
As letras perdidas 
Nos sons que refaço.
Nas sombras da noite
Há cantigas de amor
E gemidos de dor
Nas estrelas que vimos 
E em tudo o que ouvimos
E deixam saudade 
De amar com verdade.
Nas sombras da noite 
Perdidos andamos,
Cansados, doridos
Mas sempre caminhamos
E também recordamos 
Os momentos vividos
Luíscoelho

terça-feira, 31 de agosto de 2010

comportamentos

A família Ferreira tem dois filhos, criados com muito carinho, respeito e muita dedicação.
Cedo se manifestaram completamente opostos.  Temperamentos diferentes.

Ambos são prestáveis e carinhosos. 


O primeiro preocupa-se em criar muitos amigos.

Dono de uma certa teimosia e aversão aos conselhos dos pais. Parece que quer descobrir o mundo todo sozinho. Um mundo à sua maneira. 


As suas brincadeiras cativavam os mais novos e os mais velhos. À sua volta há sempre um grande círculo de amigos.

O outro é um pouco tímido, mas lutador
Dedicou-se aos estudos, á música e ao desporto.
Procura amigos com qualidades humanas e morais, escolhendo-os e marcando-os pelas suas características interiores, independentemente das sua cor, raça ou credo.

Não é muito falador, nem extrovertido. Cria pólos de contacto e convívio através da música ou actividades desportivas que ocupem os espaços livres e onde todos se sintam bem.

Aos poucos, estes meninos, foram sendo senhores da sua própria vida, escolhas e decisões. Liberdade com respeito.

O primeiro começou cedo a sentir dinheiro no bolso. o que nem sempre é positivo.
Pensou logo em gastá-lo no arranjo de uma mota velha. Depois vieram as corridas e os "cavalinhos" andar com a mota só na roda traseira.

Muitos dos seus amigos seguiam-lhe os passos e deram-lhe conselhos negativos.
Vai mais uma "rodada"...?   (cerveja)

Não se pode trabalhar de dia para estragar à noite. Muitos se aproveitaram da sua bondade e simplicidade.

Os pais vivem preocupados porque gostariam de lhe moldar mais e melhor a sua personalidade, mas nem sempre sabem como fazer para não entrarem em conflitos. 


Existem vícios, que ou se cortam logo pela raiz, ou então, eles vão marcando terreno e controlando a vida das pessoas que teimam em não ver. O álcool é um deles.
  
Os sonhos impedem de ver realidade. Não adianta fingir que - "está tudo numa boa"
Será que vai aprender com o tempo e a idade os próprios erros....?


Ouvem tantas conversas vazias e interiorizam tantas anedotas, certamente ouvirão também momentos de paz, que lhes recordarão os bons conselhos e as preocupações constantes da família.


O amor incondicional dos pais vai lançando as sementes e vivendo na esperança.  
Os conselhos são por vezes palavras mágicas. Há um coração que nos liga e um amor que vai  sacudindo as situações menos agradáveis.


Não, não...por aí não deverás ir...acorda  e aprende enquanto é tempo..................  
Luís coelho

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Queria beijar-te




Queria  beijar-te
Com a suavidade do vento
Que corre livre como o pensamento
Ou como orvalho da manhã
Cristais puros de vida sã. 
Queria abraçar-te
Com os raios de Sol 
Iluminando as madrugadas 
E transformando-as em alvoradas 
Queria olhar-te
Para alem da alma
E sentir a força de viver
Que está em ti sempre a renascer
Queria ouvir-te
Palavras de amor
Com sinceridade e muito calor
E ainda as outras que silenciamos
Quando por amor as guardamos.
Queria falar-te 
Tudo quanto sinto
Dizer que te amo 
E que por amor não minto
Luíscoelho 

sábado, 21 de agosto de 2010

Tempo

O tempo que o tempo faz
Desfaz-se na volta do tempo
E de muito mais é capaz
Neste tempo de guerra e paz
De fome, dor e sofrimento
E de tantas coisas mais
Sem qualquer consentimento.


O tempo é como um rio
Vai passando e arrastando
Quanto na vida vivemos
E na corrente vai levando
Os dias presos num fio
Os sonhos e os desejos 
E tudo quanto fazemos.


O tempo é como as flores
Nascem viçosas e bonitas
Cheias de vida e de cores
Com o tempo se adornam
De coisas bem mais catitas
Cheias de requintados odores
Que nos movem e motivam. 
Luíscoelho

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pele e Osso

O Pele e Osso era um homem muito magro que mais parecia um esqueleto ambulante.
Era natural da Serra de Porto de Urso, Monte Real.
Casou com a Júlia Branca, natural da Lagoa  da  Ortigosa.

Foram viver numa casa muito grande que pertenceu a Luís Barbeiro, dono das melhores terras desta região, mas morreu solteiro e não deixou descendência.


O Pele e osso tinha um rebanho de cabras e o seu ofício era guardá-las pastoreando pelos terrenos baldios, pinhais e nas bermas dos caminhos públicos.


Tiveram seis filhos, cinco meninas e um menino. 
A vida era dura mas eles lá iam lutando pela sua sobrevivência. 
Esta casa não tinha condições de habitabilidade. Estava já em ruínas.   


O povo comentava que nas noites frias de Inverno iam arrancando as tábuas e outra madeira para  se aquecerem à fogueira.
  
Só me recordo de ver o telhado apenas por cima da cozinha e dos quartos. A sala da casa estava completamente nua. Não tinha tecto nem outra cobertura.

 Ao entrada principal fazia-se pelo alpendre, onde havia uma porta larga que rangia quando a fechavam ou abriam. Esta porta sobreviveu às invernias e temporais porque ficava resguardada por duas paredes grossas de sessenta centímetros aproximadamente.


Como a maioria das casas da aldeia havia um pátio onde guardavam os animais e as alfaias agrícolas.   

Esta família teve bastantes desaires que lhe tornaram os dias pesados.

Uma tarde de Domingo iam visitar alguns familiares à Serra de Porto de Urso e, para atalhar caminho, o Pele e Osso tentou atravessar o rio Liz.


Primeiro, sozinho, entrou na água e procurou caminhar até à outra margem, mas caiu num buraco grande  e não conseguiu sair de lá tendo-se afogado. Não sabia nadar nem teve forças para voltar para trás.

Sem o marido, foi ela com o filho que começaram a pastorear o rebanho todos os dias.

A Júlia andava sempre vestida de preto. 
Naquela casa não se ouviam gritos parecia até que ali não vivia ninguém.


As meninas mais velhas iam à escola e depois iam à lenha procurando pelos pinhais alguns paus secos ou as pinhas caídas no chão. 
As mais novas andavam com a Mãe que nos primeiros tempos acompanhou o rebanho.


Os anos passaram e nenhum morreu de fome nem de doenças. 
As filhas mais velhas casaram e a família foi ficando mais pequena.

Sem forças e sem as suas filhas para ajudá-la começou por vender o rebanho. Depois saíram desta casa e foram viver noutra casa simples, mas onde não chovia.


Recordo aquele dia em que se pegou com o Carnide na feira dos Desasseis que se fazia nesta localidade.


A Júlia foi à feira vender uns cabritos e tinha prometido ao Carnide que lhe pagaria a dívida, logo que recebesse o dinheiro.
O Carnide, era muito ganancioso e, como sabia que ela não era de palavra, andou por ali perto. 


A dívida era referente a batatas, vinho, azeite e outros produtos que o Carnide lhe vendeu fiado.
Assim que lhe dirigiu a palavra a Júlia começou em altos prantos tentando envergonhar o homem de lhe pedir o pagamento da dívida, mas o Carnide manteve-se calmo e disse-lhe alto e bom som para todos ouvirem.


- Não tens que estar nessa gritaria. Sabes que me deves e prometeste pagar-me hoje.  Já sabia que eras capaz de te esquivar e deixar-me outra vez sem nada. Não preciso que me dês todo o dinheiro mas dás-me apenas algum. 


Divide-se ao meio e ficas com a tua dívida menor,  eu também já não perco tudo.
Uma das filhas que presenciou toda a cena disse ao Carnide.


- Esteja descansado, que a partir de hoje, quem lhe vai pagar sou eu. Não quero que ande a pedir contas à minha mãe.


Com todos as filhas casadas e bisavó de muitos bisnetos, morreu silenciosamente como sempre viveu.
  
Luíscoelho

sábado, 14 de agosto de 2010

Caminho

Caminho na vida devagar
Porque o destino se faz a caminhar
Olhando as estrelas a brilhar
Neste tempo sem tempo de parar. 
Amo a vida porque gosto de viver
Neste amar que tudo quer oferecer
Queria ainda tantas coisas entender
Perdoando o que se deve esquecer.
Sigo a cantar de alegria e emoção
As coisas que à vida sentido dão 
Nascem flores no jardim da razão
Semeadas por amor, com coração.
Também os dias tristes acontecem 
Pois nestas caminhadas já se tecem
E tantos desencontros só se devem 
Àqueles que do amor se esquecem.
Caminham os dias de suave amanhecer
E os  passarinhos voando no entardecer
Dançam as noites com estrelas a nascer
E toda a vida num presente a acontecer. 
Luíscoelho

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A minha dor

A minha dor
Vai comigo a onde eu for
Segue-me surda nos lamentos,
Cega nos dias e pensamentos
Acompanha-me no que faço
E nunca me larga o passo.
A minha dor 
É fogo ardente de amor
Nasceu e vive comigo
Faz-me sofrer de castigo
Apaga a leda alegria 
E em tudo a contraria
A minha dor 
É chama fria sem cor
E sombra repetida
Não tem peso nem medida
Não tem forma nem razão
Vive dentro do coração


Luíscoelho

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

As coisas que nos contavas



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R.I.7= Regimento de Infantaria Sete
2ª Companhia - nº132 







A nossa aldeia era o nosso mundo. Aqui nasciam, cresciam, casavam e por aqui ficavam na memória dos vivos, durante alguns anos. Depois tudo morria na poeira do esquecimento.


Quando alguém ia para o hospital de Coimbra ou Leiria, ou quando os rapazes iam cumprir o Serviço Militar, toda a aldeia vivia num alvoroço. Todos falavam da mesma preocupação.

No dia 21 de Março de 1934 foram para a tropa, (serviço militar) o José Ervilha, o Luís Coelho, o José da Silva e o Joaquim Cagano.
Amigos íntimos e sempre prontos para se valerem uns aos outros nas dificuldades.


O irmão mais velho do Luis Coelho queria por tudo meter uns pedidos para ele não ir para a tropa, mas o pai impôs-se terminantemente, dizendo que queria ir e que esse era um assunto apenas seu.

O José da Silva tratava o Luís Coelho por irmão. Sempre mantiveram uma grande amizade e um profundo respeito. 

Na véspera da partida,  apanharam uma bebedeira, (piela) que os deixou completamente desorientados e alguns em delírio.
O Joaquim Cagano desconfiou do José Ervilha e jurava que o ia matar.....!

Mais uma cambalhota, em total desequilíbrio, e logo recomeçava com as ameaças.
- Foi ele que me empurrou ..... Foi ele... foi,...mas eu mato-o....filho da mãe sem vergonha...e desfiava um rosário de imprecações porcas e provocadoras.

Os outros, mais equilibrados, pediam-lhe que fosse dormir, que já era muito tarde, mas ele era de uma teimosia, que ninguém lhe conseguia dar a volta.


Quando estava já perto de casa desembaraçava-se dos companheiros e antes de cair novamente, renovava as juras anteriores...mato-o, eu mato-o...
Não me chame eu Cagano.....

O Ervilha, mais pacato, levaram-no para casa de modo a não se meterem numa luta de galos, mas com o Cagano, as coisas estavam difíceis. Temiam que fizesse alguma besteira.

Haviam já combinado juntar-se todos no adro da Igreja, depois do almoço, para se irem apresentar ao quartel a Leiria.
Já ninguém se lembrava dos acontecimentos da noite anterior, ou faziam de conta que era assunto encerrado.

Cada um levava as suas coisas, e lá foram a pé, para o Quartel.

A Aldeia ficou mais triste pela partida, mas eles foram cheios de esperança num futuro diferente daquilo a que estavam habituados.

Os anos passaram, mas as recordações desses tempos parece que as vivemos "ontem" Estão ainda frescas na nossa memória, contava o pai.


Mais uma foto do pai à direita do José da Silva. O pai era o 132 e o Silva era o 133
Luíscoelho

sábado, 31 de julho de 2010

Penso em ti



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Penso em ti    
Nas palavras que disseste,
E nos sorrisos que fizeste,
Na tua força de amar 
Presente do teu olhar.
Penso em ti
Na amizade que deste,
E no pão que partilhaste,
Na força do teu viver
Presente do teu querer.
Penso em ti
Nos projectos que fizemos
E em tudo o que vivemos
Nos carinhos esquecidos 
E nos silêncios ouvidos
Penso em ti
Quando a Lua se esconde
Quando a terra nos rejeita
Quando na vida paramos
Para dizer que nos amamos.


Luíscoelho