domingo, 30 de agosto de 2015

Luar de Agosto

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(foto google)
As minhas mãos percorrem
Os traços do teu rosto macio. 
Elas me acordam outras estradas,
Caminhos percorridos no cio.
Teimosamente quero amar-te.
Quero entrar nos teus sonhos
Que se desfazem neste amanhecer
Que o luar de Agosto nos faz viver.
Nossas línguas se cruzam
E se trocam de medos perdidos,
Desencontros sofridos,
Searas semeadas de saudade
Em tempos passados, vividos,
Amores nunca mais repetidos.
luíscoelho
Agosto/2015

domingo, 23 de agosto de 2015

Outono

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(Foto google)

O dia estava triste como eram tristes os dias sem Sol. Era Outono. No Borda D'Agua dizia - Tempo instável. 
Haviam no entanto algumas abertas. Momentos de Sol radiante. As nuvens espessas desapareciam misteriosamente para depois regressarem mais escuras.

- Que tempo doentio!...Muito enfadonho este tempo. Que Deus me perdoe. Dizia o ti Tóino a meia voz. 
Também ele estava no Outono da vida. Já passava dos setenta.
Tinha um corpo seco o que lhe escondia a idade.

Todos os dias se levantava com muita energia para cumprir as suas tarefas. Ele a mulher davam-se bem. Tratavam-se agora com maior carinho. Dava gosto ouvi-los falar entre si.
Não enchiam a boca com as palavras: 
- Meu amor, minha querida ou outras coisas que hoje se ouvem com muita frequência.

Agora, no final da sua caminhada, sentiam mais necessidade um do outro. Os filhos emigraram. Ainda não tinham despido os cueiros e já se tinham aventurado na busca de uma vida melhor.
O Ti Tóino e a sua Maria Emília não se opuseram. Choraram alguns dias, mas depois conformaram-se. Até acharam bem que os filhos emigrassem.

Aqui temos a nossa casa e as nossas raízes, mas só isto não lhes chega. Eles precisam de viver a vida.
Esta aventura fica bem aos mais novos. Têm sangue novo e capacidade de se adaptarem. 

Hoje o mundo parece ser mais pequeno. Os povos movimentam-se para todo o lado. Enquanto uns fogem da guerra e perseguições outros fogem da fome e das calamidades naturais.
Nós fomos criados com os nossos pais, mas hoje tudo está mudado.

- Ó Toino se fossemos mais novos, faríamos como eles. Disse-lhe a mulher, a ti Maria Emília.
- Gostavas de ir comigo mulher ? 
Haveríamos de mostrar a esta gente aquilo que somos capazes!
Bem, bem...Agora deixemo-nos desses sonhos. Tomara eu que tu não me faltes mulher. Nem sei o que seria de mim viver sem ti.

- Ai Tóino, Tóino , tu não me fales assim...
Tu nem sabes o que dizes!
Como poderia eu viver neste mundo sem a tua companhia? Que Deus me leve a mim primeiro.
- Sabes mulher?
A nossa conversa está triste como este tempo...
Vamos cuidar do nosso quintal e das nossas coisas.
Enquanto estivermos juntos a vida tem mais sabor!
Depois, será o que Deus quiser, mas não vamos pensar nisso agora.

Vamos organizar o nosso tempo.
Graças a Deus não precisamos de correr. Não temos dívidas e ainda nos sobra para o pão e para a sopa de todos os dias. 
Dinheiro, dinheiro não temos de sobra, mas como estamos habituados já nem reclamamos de nada.

Ai homem nisto tu tens razão. Algumas vezes acordo a pensar que este mundo é muito injusto.
Uns têm muito e outros não têm nada.
Luiscoelho
Agosto/2015



domingo, 9 de agosto de 2015

Perdi-me no mar


(foto google)

Perdi-me no mar
De te amar a brincar,
Sentindo a dor 
De me querer dar
Mas perdi-me no canto 
De te amar sem pensar.
Cantei à noite
E cantei de  dia
Para te ver despertar,
Até mesmo a dormir
Eu te quis sentir
Cá dentro do peito 
E só desse jeito
Poderemos voar.

Perdi-me no mar
De amar os teus beijos  
E no calor dos desejos
Segui a remar.
O amor é brilhante
Mas em cada partilha 
Nada é semelhante.
Perdido eu vivi 
E depois que te vi
Não te quis mais perder, 
Só com o teu amor eu quero viver,
Mas se ele partir para outro lugar
Prefiro morrer a ter de sofrer 
Tão longo penar.
luiscoelho
Agosto2015