sábado, 29 de novembro de 2008

Inverno

O Inverno chegou neste fim de semana do mês de Novembro.
A chuva caiu copiosamente toda a tarde e toda a noite e ainda vai continuar pois o arrefecimento acentuou-se. É tempo de Inverno!
O vento sopra com alguma força, sacudindo a água nas vidraças das janelas e nos beirais dos telhados.
Os relâmpagos e os trovões cortam a escuridão com reflexos que nos mostram, bem longe outras imagens e outros horizontes.
De repente começou a cair granizo e tudo à nossa volta ficou coberto de um manto branco como se tivesse nevado durante algumas horas. A chuva voltou a cair e todo o gelo se acumulou ainda mais nos pontos mais baixos.
Recordo aqueles dias de Inverno em que vínhamos da Escola Primária, no período do almoço, e chegávamos a casa gelados. O pai pegava nas nossas mãos e esfregava-as para as aquecer junto ao calor da fogueira.
Cantarei em acção de graças ao nosso Deus que nos manda esta chuva que lava e que que rega, que renova as nossas fontes e toda a natureza.
Depois de toda esta tempestade, uma paz interior se apodera de todo o nosso ser e até dos nossos pensamentos, deixando-nos numa meditação que nunca poderemos transcrever, pois muitas vezes, nem nós saberíamos dizer em que pensávamos naqueles instantes. Parece termos viajado no tempo mas não sabemos onde nem por onde andamos.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Final de 2008

Pouco falta para o final do ano e, como todos fazem, também me preocupo ver a analisar as situações que vivi durante todos estes meses.
Pólos negativos e pólos positivos. O que foi erro e que será necessário corrigir e o que foi bom mas será necessário aperfeiçoar.
Passo em revista a minha vida profissional, familiar, social e também a saúde física e espiritual. Sei que os dias vão passando e também sei que um dia tudo acabará. O meu espírito voará para o Infinito. As minhas memórias serão cinzas atiradas ao vento.
Não sei de onde vim nem sei para onde vou. Não acredito que tenha sido uma reincarnação e ainda menos que tudo acabe numa cova de um qualquer cemitério.
Preocupa-me muito deixar este mundo melhor do que o vemos na actualidade e contribuir sempre por uma natureza bem cuidada com muitas árvores e os rios limpos.
Que as aves possam voltar a cantar e que as nossas fontes não estejam poluídas e onde todos possam saciar a sede.
Preocupa-me que a violência esteja a matar tantos inocentes e que a política esteja cada dia mais suja e desavergonhada. Defendem-se uns aos outros impondo regras apenas para eles poderem explorar mais os pobres e indefesos.
Outros inventam religiões para explorar os simples e humildes, deixando-os mais pobres e ainda com uma consciência de pecados que não cometeram.
Poderá haver um Deus que mande matar o meu próximo ?
Poderá haver um Deus que mande tirar o pão aos pobres para o dar aos poderosos que depois o vendem e negoceiam com a miséria humana ?
Nem tudo foi bom em 2008 mas continuo a acreditar que no próximo ano haverá mais justiça , paz e pão para todos. Haverá mais cuidados de saúde e na educação.
Continuarei a acreditar num Mundo Melhor.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Perdão

Porque me perseguem e me procuram ?
Porque me batem à porta e me torturam ?
Querem tudo o que não tenho,
Levam tudo o que procuram.
Em casa não tenho portas
Nem trancas nem fechaduras.
Em casa temos amor, temos paz e temos Pão,
E a todos eu posso dar o que tenho no coração.
O respeito e a amizade são o prato principal
E na mesa todos se servem desse dom primordial.
O silêncio é uma arma que usamos com prudência
Escutando todas as partes com infinita paciência
Não há razão maior ou verdade superior
Que despreze os bons princípios
Ou que nos faça parar nesta nossa caminhada.
A fraternidade é um dom que se vive com amor.
E o perdão é um gesto de partilha com sabor.

luiscoelho

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Os Braços

Os braços são molas que suportam os fardos da vida,
Que levantam as pedras, que fazem as pontes, as casas e as fontes.
Os braços que chamam e se agitam no ar
À procura de alguém, em busca de amor.
Os braços são as forças que semeiam e que plantam as florestas
E os verdes campos de trigo maduro de ouro puro.
Os braços que agarram e que soltam o amor de um olhar.
Os braços que nos abraçam e nos apertam com carinho
O abraço da saudade para a dor suavizar e a alegria repartir.
Tantas horas estes braços se levantaram
E outras tantas se baixaram
Revirando as leiras de terra e fazendo muitas sementeiras
Tantas horas procurando o pão no mar pescando
E outras tantas na Escola ensinando e corrigindo
Quanto mais poderão nossos braços querer fazer...?
Amar embalando um sono de menino
Amparar o corpo frágil de um velhinho
Amar amando e a todos querer bem com os braços segurando.
Os meus braços são o pão que me sutenta e que o sonho alimenta

luiscoelho

domingo, 9 de novembro de 2008

Imaginação

Hoje estive a ler durante uma boa parte do dia. Passei por diversos blogues e encontrei coisas maravilhosas. Não vou comentar nada, apenas me obrigo a dizer que sou muito pequenino neste mundo virtual, e que, se tivesse esse dom,escreveria com todo o brilho e força que as palavras devem ter.
Muitos dias parece que queremos dizer algumas coisas que nos moiem cá por dentro, mas não encontramos as palavras certas e mesmo depois de vermos o que ficou escrito não nos parece bem. Talvez se possa dizer por outras palavras. Talvez as coisas pareçam melhor se forem ditas de maneira diferente.
Pergunto ainda se quem lê entende exactamente aquilo que se escreveu. Poderá um pensamento ser melhor entendido do que isso mesmo??
Costuma dizer-se que contra factos não há argumentos.
Gosto muito de ler e de descobrir no pensamento dos outros aquilo que me quiseram dar. Sim, ninguém se põe a escrever só por escrever. Quem tem o dom da escrita tem sempre um fim, ainda que remoto - que os outros leiam, e que entre si troquem opiniões.
Que belos são os poemas que um dia alguém construiu vendo-os como estradas abertas para que todos possam amar, sonhar, viver, sorrir ou até chorar combinando os seus sentimentos aos de esse alguém que os escreveu.
Há histórias contadas, como se da primeira pessoa se tratasse. Seguimos a linha de pensamento e estamos quase a ver como tudo vai acontecer. O suspense das situações, as frases inacabadas, os projectos que se desenham na imaginação de cada pessoa que lê e estuda.
Os relatos de guerras e ódios, de terramotos e de perseguições políticas.
Em quantas dessas crónicas nos perdemos e imaginámos fazer justiça com as próprias mãos como se fossemos os mais poderosos e nos fosse possível resolver as Guerras por esse mundo.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Português


Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta e escreveu assim:

«Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres».

Morreu antes de fazer a pontuação.
Eram quatro os concorrentes, pergunta-se: a quem deixava a fortuna ?

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história:
Bush
'A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras.

Nós é que fazemos sua pontuação. E isso faz toda a diferença...'











terça-feira, 4 de novembro de 2008

As minhas mãos são a arte de trabalhar
No barro, na pedra ou nos campos.
As minhas mãos são encanto e são magia,
Que afagam e acariciam, alimentam e saciam.
As minhas mãos me doiem de tudo entender,
Mas que muito pouco podem construir
Fazendo a beleza e a arte renascer.
Como são felizes estas mãos que seguram o pão
Que o bebé levantam e ao velhinho sustentam.
As flores que florescem nas mãos que ensinam
Que ditam e que pintam quadros da vida.
As minhas mãos, as tuas e todas as mãos
Que marcam e tecem as melhores roupas
No coração de todos os que amam a liberdade
A justiça e a igualdade e tambem a fraternidade.
Mãos juntas a orar e outras a suplicar
O perdão e o amor, o sorriso e o calor
Para todos os que procuram o caminho da Verdade
Mãos juntas que se estendem por um pouco de Pão.

luiscoelho

domingo, 2 de novembro de 2008

O Bolinho

Não sei como começou esta tradição nem de onde vem a sua origem. O meninos, rapazes e raparigas, juntam-se em grupos de quatro, cinco ou mais e vão de porta em porta pedir o Bolinho «Pão por Deus».
Antigamente dava-se uma merendeira a cada um, nozes, figos secos e até tremoços.
Hoje já não aceitam nada disso. É mais fácil receber dinheiro, chocolates e outros doces. Para quem dá tambem se torna mais higiénico e é vê-los radiantes de alegria.
Alguns trazem mesmo uma sacola onde vão metendo todas essas coisas.
No Outono fazem-se todas as colheitas. As vindimas tambem se fazem nessa altura e pelos Santos já está tudo arrumado nas arcas e nas pipas. Até mesmo a azeitona já foi colhida e transformada em azeite.
Pergunto-me se esta tradição tem a ver com a vida dos Santos. = pobreza e desprendimento das coisas materiais= Viver pedindo esmola de casa em casa......
-Terá este gesto sido considerado como partilha dos bens materiais?
Quem melhor colheitas fez, maior devoção deverá ter para distribuir.
Pão por Deus
Que Deus lhes deu
Dê uma esmolinha
Por alma dos seus
Era costume no tempo dos meus pais cozerem o bolinho e isso era para nós uma festa. Costumavam também repartir desse pão por toda a família, tios e restante família. Em troca recebiam outros pães.
A receita do Bolinho ou do Pão por Deus é simples.
Farinha de milho e farinha de trigo em partes iguais. Abóbora amarela cozida, açucar e muitos frutos secos.
A farinha é amassada com a água da abóbora e quando está bem amassada juntam-lhes os restantes ingredientes. Depois de levedar fazem-se os pãesinhos que se levam ao forno para cozer.
As receitas são diferentes noutras regiões mas o resultado final é sempre muito agradável.