segunda-feira, 16 de março de 2015

Viagem a Viseu - Março/2015


(ruínas)

No sábado ao anoitecer falámos de assuntos pendentes da quinta de Viseu. Era necessário ir ver como estão as coisas e resolver alguns assuntos pendentes.
No Domingo saímos de Leiria cerca das 10 horas. Desta vez seguimos pela A17 até à região da Figueira da Foz e depois tomámos a A14 até à saída Norte de Coimbra. Finalmente seguímos pelo IP3 até Viseu.

Este último é famoso pelos numerosos acidentes rodoviários.
O tráfego é bastante intenso e muitos condutores não respeitam as regras de transito nem o civismo com os outros condutores.
A viagem de ida foi bastante calma. Não havia movimento. 
Na A 17, numa distância de 50 km, contei cerca de nove viaturas que me ultrapassaram. Seguíamos numa média de 100 km/hora. No sentido oposto, do outro lado da autoestrada,  havia  mais movimento.

O Sol radiante iluminava a paisagem  e fazia sobressair o colorido das acácias que bordavam todo o trajecto. O tom amarelo dourado contrastava com o verde dos ramos e dos outros arbustos mais pequenos e mais baixos.
De quando em quando algumas aves maiores pousavam na berma da estrada. Não havia movimento bastante para as assustar ou talvez elas se tenham habituado a viver por por ali em comunhão com a natureza e o trânsito automóvel. 

Penso tratar-se de corvos ou outras aves de rapina que por ali vão encontrando alimentos. Existem répteis que se aventuram numa travessia das faixas de rodagem e acabam esmagados pelas rodas dos carros. Muitas vezes pequenas aves seguindo insectos em voos rasantes, esbarram-se  nos vidros ou na parte lateral dos automóveis.
No final de uma viagem a nossa viatura agradece um banho. Uma lavagem completa para apagar as marcas deixadas pelos mosquitos ou mesmo os dejectos das aves que nos acertam em cheio.

O regresso também foi calmo, mas com muito mais movimento. Chegámos a casa ao anoitecer. 
Muitas pessoas foram passar o fim de semana ao interior.
Depois fazem o retorno aos seus locais de estudo ou de trabalho no Domingo à tarde. 
Ontem já não foi possível fazer a lavagem, mas hoje vou deixar o meu popó  a brilhar. Ele merece. Teve um comportamento exemplar.
Deu-me muitas alegrias nesta viagem. Em subidas e em zonas de 2ª faixa portou-se lindamente deixando outros mais novos e potentes para trás numa boa distância.

Almoçamos em casa de familiares que nos receberam com muita alegria e no final ainda nos carregaram o carro com batatas e muita verdura fresca. Grelos e couves colhidas naquele momento.
Já não fazíamos esta viagem desde a morte da Sra Carminda. Faz este mês um ano. Fomos ao Cemitério onde colocamos um ramos de orquídeas  e fizemos uma pequena Oração.
- Senhor Deus todo poderoso, depois de uma vida de luta e de sofrimento, dai-lhe o descanso eterno na Vossa Luz e no Vosso Amor. Ela que acreditou merece o prémio da Salvação. 

A noite foi silenciosa e acolhedora.
Hoje revi estes apontamentos em memória e resolvi partilhá-los convosco. Espero que me desculpem a ousadia e a simplicidade.
Desejo a todos uma boa semana.
Luíscoelho
Março/2015

24 comentários:

  1. Simplesmente maravilhoso este seu relato, caro Luís.
    Agradeço-lhe ter partilhado connosco esses momentos
    que nos aquecem o coração. Sim, lembro-me da Sra
    Carminda. Já se passou um ano...Deus lhe dê o descanso
    eterno na sua grande Luz.
    Abraço
    Olinda

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  2. Teus relatos e escritos sempre nos encantam e reviver momentos vale sempre.Esse passeio foi lindo, bem aproveitado, visiotas aos parente vivos e mortos e ainda o POPÓ cheio de coisas do interior! Valeu! Valeu também te ler! abração,chica

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  3. Nessa prodigiosa simplicidade, aproveitamos a "carona" fazemos uma viagem fora de série!
    O seu relato é tão minucioso nos detalhes, que é realmente como estivéssemos percorrendo
    todas as rodovias citadas, participássemos dos encontros com os amigos e até orássemos
    juntos pela Sra Carminda, e voltando para casa tranquilamente...
    Gostei da viagem, Coelho. Obrigada!
    Abraço, da Lúcia

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  4. Bom dia Luís!
    Eu gosto muito desses lugares por onde voce passa
    e registra aqui.
    Essa sua foto me lembra um lugar ai em sua Terra
    e um amigo escritor de nome Quito Arantes , aqui tem
    uma matéria http://quitoarantes.blogspot.com.br/2015/01/visita-pela-manha-gelida-lamas-de-mouro.html.
    Boa nova semana querido
    Luís, para você e para os seus.
    E eu sempre o aguardo
    no Espelhando.
    Bjins
    CatiahoAlc,.

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  5. .
    ~ Fico grata pela descrição agradável que gostou de partilhar.

    ~ ~ Bonita a sua oração pela Sra Carminda que secundo. ~ ~
    ~ Afinal ela participou bastante neste blogue, indirectamente.~

    Que seja excelente esta semana em que se inicia a Primavera.
    ~~~~~~~~~~~~
    ~ ~ ~ Abraços amigos para vós. ~ ~ ~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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  6. Até sentia
    e parecia
    ir sentado
    ao lado
    de quem conduzia

    (Inocentes, essas aves de rapina... por aqui, não nos largam)

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  7. Essa foto fala demais. Lembrei-me dos saudosos recantos do meu nordeste brasileiro.Teus escritos sempre trazem algo construtivo. Ao ler "vou deixar o meu popó a brilhar", levei um susto, mas logo entendi que se tratava de um carro. Por cá, tem outro sentido.
    Abração.

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  8. Caro Luís, é desta simplicidade no poste de hoje, e pureza de alma nessa caminhada fresca, que falta à sociedade tão sedenta de adrenalina para subir os IPs da vida que, no fim, termina com menos beleza!
    Eu lhe digo: obrigada pela sua viagem de hoje!
    Abraço

    Infelizmente não poderei estar presente no encontro. Muito obrigada!

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  9. Ruinas que deixa o tempo por essas terras de então, mas também de hoje, ainda que o Viriato já não esteja, malditos romanos!
    Bem contado, amigo meu, o que me aligeirou o caminho nessa passeio convosco.
    Abraços de vida

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  10. Que bom que compartilhou com todos nós esse relato. Obrigado!!
    Abraço

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  11. Já não me lembro da última visita que fiz a Viseu.
    E se eu gosto da cidade!
    Aquele abraço, boa semana

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  12. Excelente Relato que gostei muito de ler ! Viseu é uma linda cidade , onde eu vou muitas vezes , pois vou frequentemente a uma Vila perto de Viseu, onde tenho uma casa , que era dos meus Avós ! Linda toda essa região!

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  13. O teu passeio...pôs em mim uma inveja saborosa!! Há quanto tempo não dou um destes passeios?
    Mal chegue a dona primavera ponho pés ao caminho...e vou por aí rever tantos locais bonitos.
    Já não vou a Viseu há muito tempo...Gostei do relato. Abraço amigo
    Graça

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  14. SIEMPRE TUS TEXTOS TAN INTERESANTES.
    ABRAZOS

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  15. Adoro suas narrativas, sempre com uma estória nova a nos contar.
    Abraço

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  16. O pipó estará já a brilhar e nós também com tão genuína memória.
    Boa semana, Luís.

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  17. OLÁ LUÍS
    DESTA VEZ CHEGUEI AQUI, E AINDA NÃO FUI VER OS MEUS BLOGS, MAS GOSTEI DA SUA NARRATIVA, ONTEM TAMBÉM FOI A MINHA FOLGA, CHOVEU TODO O DIA, FIQUEI DE NOITE NA CASINHA DO RIBATEJO E NO FIM DO ALMOÇO RUMEI AS CALDAS DA RAINHA VER UMA EXPOSIÇÃO NO MUSEU DO CICLISTA TINHA LÁ UM PRIMO A FAZER PARTE DOS TRABALHOS EXPOSTOS.
    1 BEIJO LÍDIA

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  18. Espero que os assuntos tenham deixado de ficar pendentes em terra de meu Pai :)

    Um forte abraço e gostei do post, como sempre :)

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  19. E eis que as causas de tantos acidentes na "estrada da morte", relataste!

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  20. Mas há um encanto, muito, especial neste compartilhar de coisas que nos marcam.

    Encontrei algo de poético neste teu lindo texto.

    És especial Luís!

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  21. Mas há um encanto, muito, especial neste compartilhar de coisas que nos marcam.

    Encontrei algo de poético neste teu lindo texto.

    És especial Luís!

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  22. Habíamos leído en otros textos, especie de elegía a doña Carminda. De nuevo el viaje, a estas tierras, para dejar una flores que hablan del no olvido, en la tumba de quienes no podemos echar en el olvido. UN abrazo cálido. Carlos

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  23. Que belo fim de semana.Que venham muitos mais, com viagens bonitas e companhias agradáveis e que nos sejam relatadas como esta foi para nosso deleite. Obrigada, Luis.
    Obrigada também pela visita ao Jardim

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